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Questões de Português - ENEM PPL 2015 | Gabarito e resoluções

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Questão 96
2015Português

(ENEM PPL - 2015) Da timidez Ser um tmido notrio uma contradio. O tmido tem horror a ser notado, quanto mais a ser notrio. Se ficou notrio por ser tmido, ento tem que se explicar. Afinal, que retumbante timidez essa, que atrai tanta ateno? Se ficou notrio apesar de ser tmido, talvez estivesse se enganando junto com os outros e sua timidez seja apenas um estratagema para ser notado. To secreto que nem ele sabe. como no paradoxo psicanaltico, s algum que se acha muito superior procura o analista para tratar um complexo de inferioridade, porque s ele acha que se sentir inferior doena. [...] O tmido tenta se convencer de que s tem problemas com multides, mas isto no vantagem. Para o tmido, duas pessoas so uma multido. Quando no consegue escapar e se v diante de uma plateia, o tmido no pensa nos membros da plateia como indivduos. Multiplica-os por quatro, pois cada indivduo tem dois olhos e dois ouvidos. Quatro vias, portanto, para receber suas gafes. No adianta pedir para a plateia fechar os olhos, ou tapar um olho e um ouvido para cortar o desconforto do tmido pela metade. Nada adianta. O tmido, em suma, uma pessoa convencida de que o centro do Universo, e que seu vexame ainda ser lembrado quando as estrelas virarem p. VERISSIMO, L. F. Comdias para se ler na escola. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001. Entre as estratgias de progresso textual presentes nesse trecho, identifica-se o emprego de elementos conectores. Os elementos que evidenciam noes semelhantes esto destacados em:

Questão 97
2015Português

(ENEM PPL - 2015) A obra do artista plstico Leonilson (1953-1993) marca presena no panorama da arte brasileira e internacional. Nessa obra, ele utilizou a habilidade tcnica do bordado manual para

Questão 98
2015Português

(ENEM PPL - 2015) E: Diva ... tem algumas ... alguma experincia pessoal que voc passou e que voc poderia me contar ...alguma coisa que marcou voc? Uma experincia ... voc poderia contar agora ... I: ... tem uma que eu vivi quando eu estudava o terceiro ano cientfico l no Atheneu ... n ... :: eu gostavamuito do laboratrio de qumica ... eu ... eu ia ajudar os professores a limpar aquele material todo ... aqueles vidros ... eu achava aquilo fantstico ... aquele monte de coisa ... n ... ento ... todos os dias eu ia ... quando terminavam as aulas eu ajudava o professor a limpar o laboratrio ... nesse dia no houve aula e o professor me chamou pra fazer uma limpeza geral no laboratrio ... chegando l ... ele me fez uma experincia ... ele me mostrou uma coisa bem interessante que ... pegou um bquer com meio dgua e colocou um pouquinho de cloreto de sdio pastoso ... ento foi aquele fogaru desfilando ... aquele fogaru... quando o professor saiu ... eu chamei umas duas colegas minhas pra mostrar a experincia que eu tinha achado fantstico ... s que ... eu achei o seguinte ... se o professor colocou um pouquinho ... foi aquele desfile ... imagine se eu colocasse mais ... peguei o mesmo bquer ... coloquei uma colher ... uma colher de cloreto de sdio ... foi um fogaru to grande ... foi uma exploso ... quebrou todo o material que estava exposto em cima da mesa ... eu branca ... eu fiquei ... olha ...eu pensei que eu fosse morrer sabe ... quando ... o colgio inteiro correu pro laboratrio pra ver o que tinha sido ... CUNHA, M. A. F. (Org.) . Corpus discurso gramtica: a lngua falada e escrita na cidade de Natal. Natal: EdUFRN, 1998. Na transcrio de fala, especialmente, no trecho eu branca ... eu fiquei ... olha ...eu pensei que eu fosse morrer sabe ..., h uma estrutura sinttica fragmentada, embora facilmente interpretvel. Sua presena na fala revela

Questão 99
2015Português

(ENEM PPL - 2015) O mundo das grandes inovaes tecnolgicas, dos avanos das pesquisas mdicas e que j presenciou o envio de homens ao espao o mesmo lugar onde 1 bilho de pessoas dormem e acordam com fome. A desnutrio ocupa o primeiro lugar no ranking dos 10 maiores riscos sade e mata mais do que a aids, a malria e a tuberculose combinadas. O equivalente s populaes da Europa e da Amrica do Norte, juntas, est de barriga vazia. E um futuro famlico aguarda a raa humana. Em 2050, apenas por razes ligadas s mudanas climticas, o nmero de pessoas sem comida no prato vai aumentar em at 20%. Disponvel em: www.correiobraziliense.com.br. Acesso em: 22 jan. 2012. Considerando a natureza do tema, a forma como est apresentado e o meio pelo qual veiculado o texto, percebe-se que seu principal objetivo

Questão 100
2015Português

(ENEM PPL - 2015) TEXTO I Voluntrio Rosa tecia redes, e os produtos de sua pequena indstria gozavam de boa fama nos arredores. A reputao da tapuia crescera com a feitura de uma maqueira de tucum ornamentada com a coroa brasileira, obra de ingnuo gosto, que lhe valera a admirao de toda a comarca e provocara a inveja da clebre Ana Raimunda, de bidos, a qual chegara a formar uma fortunazinha com aquela especialidade, quando a indstria norte-americana reduzira inatividade os teares rotineiros do Amazonas. SOUSA, I. Contos amaznicos. So Paulo: Martins Fontes, 2004. TEXTO II Relato de um certo oriente Emilie, ao contrrio de meu pai, de Dorner e dos nossos vizinhos, no tinha vivido no interior do Amazonas. Ela, como eu, jamais atravessara o rio. Manaus era o seu mundo visvel. O outro latejava na sua memria. Imantada por uma voz melodiosa, quase encantada, Emilie maravilha-se com a descrio da trepadeira que espanta a inveja, das folhas malhadas de um taj que reproduz a fortuna de um homem, das receitas de curandeiros que veem em certas ervas da floresta o enima dasdoenas mais temveis, com as infuses de colorao sangunea aconselhadas para aliviar trinta e seis dores do corpo humano. E existem ervas que no curam nada,revelava a lavadeira, mas assanham a mente da gente. Basta tomar um gole do lquido fervendo para que o cristo sonhe uma nica noite muitas vidas diferentes.Esse relato poderia ser de duvidosa veracidade para outras pessoas, mas no para Emilie. HATOUM, M. So Paulo: Cia. das Letras, 2008. As representaes da Amaznia na literatura brasileira mantm relao com o papel atribudo regio na construo do imaginrio nacional. Pertencentes a contextos histricos distintos, os fragmentos diferenciam-se ao propor uma representao da realidade amaznica em que se evidenciam

Questão 101
2015Português

(ENEM PPL - 2015) A palavra inglesa involution traduz-se como involuoou regresso. A construo da imagem com base na combinao do verbal com o no verbal revela a inteno de

Questão 102
2015Português

(ENEM PPL - 2015) O peru de Natal O nosso primeiro Natal de famlia, depois da morte de meu pai acontecida cinco meses antes, foi de consequncias decisivas para a felicidade familiar. Ns sempre framos familiarmente felizes, nesse sentido muito abstrato da felicidade: gente honesta, sem crimes, lar sem brigas internas nem graves dificuldades econmicas. Mas, devido principalmente natureza cinzenta de meu pai, ser desprovido de qualquer lirismo, duma exemplaridade incapaz, acolchoado no medocre, sempre nos faltara aquele aproveitamento da vida, aquele gosto pelas felicidades materiais, um vinho bom, uma estao de guas, aquisio de geladeira, coisas assim. Meu pai fora de um bom errado, quase dramtico, o puro-sangue dos desmancha-prazeres. ANDRADE, M. In: MORICONI, I. Os cem melhores contos brasileiros do sculo. So Paulo: Objetiva, 2000 (fragmento). No fragmento do conto de Mrio de Andrade, o tom confessional do narrador em primeira pessoa revela uma concepo das relaes humanas marcada por

Questão 103
2015Português

(ENEM PPL - 2015) No, me. Perde a graa. Este ano, a senhora vai ver. Compro um barato. Barato? Admito que voc compre uma lembrancinha barata, mas no diga isso a sua me. fazer pouco-caso de mim. Ih, me, a senhora est por fora mil anos. No sabe que barato o melhor que tem, um barato! Deixe eu escolher, deixe... Me ruim de escolha. Olha aquele blazer furado que a senhora me deu no Natal! Seu porcaria, tem coragem de dizer que sua me lhe deu um blazer furado? Viu? No sabe nem o que furado? Aquela cor j era, me, j era! ANDRADE, C. D. Poesia e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1998. O modo como o filho qualifica os presentes incompreendido pela me, e essas escolhas lexicais revelam diferenas entre os interlocutores, que esto relacionadas

Questão 104
2015Português

(ENEM PPL - 2015) TEXTO I Versos de amor A um poeta ertico Oposto ideal ao meu ideal conservas. Diverso , pois, o ponto outro de vista Consoante o qual, observo o amor, do egosta Modo de ver, consoante o qual, o observas. Porque o amor, tal como eu o estou amando, Esprito, ter, substncia fluida, assim como o ar que a gente pega e cuida, Cuida, entretanto, no o estar pegando! a transubstanciao de instintos rudes, Imponderabilssima, e impalpvel, Que anda acima da carne miservel Como anda a gara acima dos audes! ANJOS, A. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1996 (fragmento). TEXTO II Arte de amar Se queres sentir a felicidade de amar, esquece a tua alma. A alma que estraga o amor. S em Deus ela pode encontrar satisfao. No noutra alma. S em Deus ou fora do mundo. As almas so incomunicveis. Deixa o teu corpo entender-se com outro corpo. Porque os corpos se entendem, mas as almas no. BANDEIRA, M. Estrela da vida inteira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1993. Os Textos I e II apresentam diferentes pontos de vista sobre o tema amor. Apesar disso, ambos definem essesentimento a partir da oposio entre

Questão 105
2015Português

(ENEM PPL - 2015) Disponvel em: www.revistaepoca.globo.com. Acesso em: 27 fev. 2012. Ao interagirmos socialmente, comum deixarmos claro nosso posicionamento a respeito do assunto discutido. Para isso, muitas vezes, recorremos a determinadas estratgias argumentativas, dentre as quais se encontra o argumento de autoridade. Considerando o texto em suas cinco partes, constata-se que h o emprego de argumento de autoridade no trecho:

Questão 106
2015Português

(ENEM PPL - 2015) No adianta isolar o fumante Se quiser mesmo combater o fumo, o governo precisa ir alm das restries. preciso apoiar quem quer largar o cigarro. Ao apoiar uma medida provisria para combater o fumo em locais pblicos nos 27 estados brasileiros, o Senado reafirmou um valor fundamental: a defesa da sade e da vida. Em pelo menos um aspecto a MP 540/2011 ainda mais rigorosa que as medidas em vigor em So Paulo, no Rio de Janeiro e no Paran, estados que at agora adotaram as legislaes mais duras contra o tabagismo. Ela probe os fumdromos em 100% dos locais fechados, incluindo at tabacarias, onde o fumo era autorizado sob determinadas condies. Uma das principais medidas atinge o fumante no bolso. O governo fica autorizado a fixar um novo preopara o mao de cigarros. O Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) ser elevado em 300%. Somando uma coisa e outra, o sabor de fumar se tornar muito mais cido. Dever subir 20% em 2012 e 55% em 2013. A viso fundamental da MP est correta. Sabe-se, h muito, que o tabaco faz mal sade. razovel, portanto, que o Estado aja em nome da sade pblica. poca, 28 nov. 2011 (adaptado). O autor do texto analisa a aprovao da MP 540/2011 pelo Senado, deixando clara a sua opinio sobre o tema. O trecho que apresenta uma avaliao pessoal do autor como uma estratgia de persuaso do leitor :

Questão 107
2015Português

(ENEM PPL - 2015) Esse texto trata deuma campanha sobre o trnsito e visa a orientao dos motociclistas quanto ao()

Questão 108
2015Português

(ENEM PPL - 2015) Em 1866, tendo encerrado seus estudos na Escola de Belas Artes, em Paris, Pedro Amrico ofereceu a tela A Carioca ao imperador Pedro II, em reconhecimento ao seu mecenas. O nu feminino obedecia aos cnones da grande arte e pretendia ser uma alegoria feminina da nacionalidade. A tela, entretanto, foi recusada por imoral e licenciosa: mesmo no fugindo regra oitocentista relativa nudez na obra de arte, A Carioca no pde, portanto, ser absorvida de imediato. A sensualidade tangvel da figura feminina, prxima do orientalismo to em vogana Europa, confrontou-se no somente com os limites morais, mas tambm com a orientao esttica e cultural do Imprio. O que chocara mais: a nudez frontal ou um nu to descolado do que se desejava como nudez nacional aceitvel, por exemplo, aquela das romnticas figuras indgenas? A Carioca oferecia um corpo simultaneamente ideal e obsceno: o alto uma beleza imaterial e o baixo uma carnalidade excessiva. Sugeria uma mistura de estilos que, sem romper com a regra do decoro artstico, insinuava na tela algo inadequado ao repertrio simblico oficial. A extica morena, que no nem ndia nem mulata ou negra poderia representar uma visualidade feminina brasileira e desfrutar de um lugar de destaque no imaginrio de nossa monarquia tropical? OLIVEIRA, C. Disponvel em: http://anpuh.org.br. Acesso em: 20 maio 2015. O texto revela que a aceitao da representao do belo na obra de arte est condicionada

Questão 109
2015Português

(ENEM PPL - 2015) Como estamos na Era Digital, foi necessrio rever os velhos ditados existentes e adapt-los nova realidade. Veja abaixo... A pressa inimiga da conexo. Amigos, amigos, senhas parte. Para bom provedor uma senha basta. No adianta chorar sobre arquivo deletado. Mais vale um arquivo no HD do que dois baixando. Quem clica seus males multiplica. Quem semeia e-mails, colhe spams. Os fins justificam os e-mails. Disponvel em: www.abusar.org.br. Acesso em: 20 maio 2015 (adaptado). No texto, h uma reinterpretao de ditados populares com o uso de termos da informtica. Essa reinterpretao

Questão 110
2015Português

(ENEM PPL - 2015) Famigerado Com arranco, [o sertanejo] calou-se. Como arrependido de ter comeado assim, de evidente. Contra que a estava com o fgado em ms margens; pensava, pensava. Cabismeditado. Do que, se resolveu. Levantou as feies. Se que se riu: aquela crueldade de dentes. Encarar, no me encarava, s se fito meia esguelha. Latejava-lhe um orgulho indeciso. Redigiu seu monologar. O que frouxo falava: de outras, diversas pessoas e coisas, da Serra, do So o, travados assuntos, insequentes, como dificultao. A conversa era para teias de aranha. Eu tinha de entender-lhe as mnimas entonaes, seguir seus propsitos e silncios. Assim no fechar-se com o jogo, sonso, no me iludir, ele enigmava. E, p: Vosmec agora me faa a boa obra de querer me ensinar o que mesmo que : fasmisgerado... faz-me-gerado... falmisgeraldo... familhas-gerado...? ROSA, J. G. Primeiras estrias. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1988. A linguagem peculiar um dos aspectos que conferem a Guimares Rosa um lugar de destaque na literatura brasileira. No fragmento lido, a tenso entre a personagem e o narrador se estabelece porque

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